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Eis que se finda o mês de julho. 31 dias de férias escolares se passaram. Tempo bom, especialmente para as crianças. Uma folga de tantas tarefas escolares, aulas, deveres, cobranças e até mesmo os excessos das atividades tidas lúdicas impostas pelos professores. Nas férias as crianças se afastam dos livros e se voltam às brincadeiras e brinquedos, passeios e viagens, gincanas e cinema. Faz muito bem ter um tempo longe da escola. Me lembro dos meus tempos de escola em que esperava ansioso pelas férias. Eram tempos bastante diferentes de hoje. Não éramos escravos dos aparelhos eletrônicos. Eu ganhei um videogame, mas nem ele era capaz de me segurar dentro de casa durante as férias. As pipas, que eu mesmo aprendi a fazer com varetas das folhas do buritizeiro, eram uma distração excelente. Ficavam lindas, modéstia à parte. Eram coloridas e maiores do que as dos meus colegas. Eu nunca gostei de ‘cortar’ as outras pipas, gostava de ver elas indo longe no céu. Para evitar ser cortado e aparado, muitas vezes ia sozinho pro ‘aradão’, uma obra de terraplenagem inacabada perto de casa. Lá podia descarregar o carretel de linha 10. Com uma imensa rabiola multicor, a pipa ia longe e sentia a força do vento nas manobras de empinar e dibicar a pipa. São lembranças ótimas de possuir. Hoje as brincadeiras com pipas viraram casos de polícia. Poucas crianças se arriscam na agora perigosa atividade. São os marmanjos, alguns desocupados que soltam pipas na temporada dos ventos. A chamada ‘linha chilena’ que nunca tive o desprazer de conhecer, segue fazendo vítimas Brasil afora. Uma temeridade sem igual. Não basta as cidades possuírem pipódromos, é necessário cultura para não fazer de uma brincadeira motivo para tirar a vida de alguém. Hoje não incentivo as crianças a brincarem com pipa, acho perigoso, os tempos são outros, sopram outros ares por aí. Nas férias atuais, o grande barato da criançada é realizar viagens, mas com a carestia das coisas, ou você consegue comer ou viajar, pras duas coisas fica difícil pra maioria das famílias. Isso é um mal sinal, pois leva a maioria das crianças a abusarem do uso dos smartphones e jogos eletrônicos durante o longo período que passam dentro de casa. O acesso irrestrito aos dispositivos eletrônicos podem prejudicar o sono, o aprendizado e até mesmo o crescimento das crianças e adolescentes, segundo especialistas. Recordar os bons tempos de outrora são revigorantes, mas ao mesmo tempo causa uma certa tristeza em ver algumas das mudanças para pior dos tempos de agora. O certo é haver o equilíbrio e ajudar as crianças a se divertirem nas folgas escolares. Agora é se ajeitar, um novo agosto vem aí com muitas atividades escolares para pequenos e grandões.
Arley da Cruz – 31.07.2023