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Crônica do Dia - Quem vai cuidar de Luziânia? - Rede Luziânia

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Crônica do Dia – Quem vai cuidar de Luziânia?

Como é que faz para cuidar de uma cidade? Bem, não sei. Mas, sei que deve ser bem difícil. São tantos detalhes para observar. O principal é observar, é olhar de perto mesmo para as pessoas. São as pessoas que fazem a cidade, que forjam ela, que vivem nela e que dependem dela para ter uma vida com certa qualidade ou não. Alguém tem que cuidar direito. Aqui estou falando da minha cidade, Luziânia. Minha cidade, vejam só! É um desplante dizer que a cidade é minha, eu que sou dela, ela já estava por aqui quando eu abri os olhos pela primeira vez a poucos anos atrás, há pelo menos uns 235 anos. Gosto de falar destes números de Luziânia, sua idade contada em séculos. É incrível pensar na idade de nossa cidade. Uma cidade muito importante e querida. Bom, mas o causo aqui é de cuidado com a cidade. Agora que o bicho pega. Dá muito trabalho cuidar de uma como Luziânia. São 3.962 km de extensão. 208.275 pessoas vivem aqui de acordo com o censo de 2022 do IBGE. 123.946 eleitores. Dois distritos, Maniratuba e Jardim Ingá. Cerca de 110 bairros, oito enormes e riquíssimas regiões rurais,  milhares de ruas, travessas, becos e vielas. Apenas 20% da população tem acesso a esgotamento sanitário. Jataí, no sul do estado possui 90% da população com cobertura sanitária. Resumindo, cuidar de uma cidade como é Luziânia dá muito trabalho. Pero hay que importar! Não vai ter jeito. E hoje Luziânia não está tão bem cuidada como poderia ou deveria. Tem muita coisa pra ajeitar por aqui. Alguns bairros sofrem mais com o descuido do que outros. As periferias são claramente preteridas nos planos do cuidado e não é de hoje também. Falta muita atenção nas mazelas que saltam aos olhos. Uma rua descuidada passa uma péssima impressão. É realmente triste observar lixo nas ruas, meios-fio destruídos que facilitam o escape de sujeira na própria rua, muito mato nos lotes vagos, ruas sem asfalto, poeira generalizada, praças com extrema falta de manutenção e cuidado, bichos peçonhentos, doenças e aquele sentimento de que a dignidade do cidadão está fora dos planos governamentais. Porque se nem a cidade, as ruas, as praças e os bairros como um todo são cuidados, que dirá das pessoas. Quando se cuida da cidade, está presente na ideia do cuidador a consciência de se estar cuidando das pessoas. Uma coisa está paragonada a outra. A cidade de Luziânia tem avanços significativos demais para ficar reduzida a uma cidade descuidada, basta olhar os últimos vinte anos. Progresso em diversas áreas de relevância. A infraestrutura da cidade avançou muito, quem não vê ou não conhece a cidade ou não quer ver. Melhorou na saúde, sim. Melhorou na educação, sim. Piorou no transporte, sim. Só para citar alguma coisa. A tendência natural é de avanço, especialmente se um novo plano diretor for organizado de forma democrática, sustentável e moderna. A cidade de Luziânia tem imenso potencial. Ainda é uma gema bruta, uma pepita incrustada de impurezas que podem ser removidas e revelar uma enorme beleza e valor. Quem vai realmente cuidar de Luziânia? Isso ainda teremos que esperar e até mesmo, pagar pra ver.

Arley da Cruz – 16.08.2023

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