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Nascer no Cerrado deveria ser motivo de muito orgulho. Um nascente ou uma nascente do Cerrado é um rebento de esperança, significa que você é um goiano, mineiro, tocantinense, mato grossense ou sul mato grossense, piauiense, maranhense, baiano ou paulista, de acordo com o ICMBio, ou seja, um nascente do Cerrado. Estes estados representam cerca de 25% de Cerrado dentro do território do Brasil. Em termos de vegetação só perde para a Floresta Amazônica. Amazônia nossa, tão vital para o ecossistema mundial, toma muita atenção que também deveria ser direcionada ao nosso Cerrado. Neste 11 de setembro lembramos o Dia Nacional do Cerrado. É triste observar que uma data tão vital passe despercebida por tantas pessoas que vivem em Luziânia Goiás, a parte central do Cerrado, rota dos imensos reservatórios subterrâneos de água, que aprendemos a chamar de aquíferos. Somos vizinhos da Formação Urucuia que advém da chamada Província São Francisco, são formações de água subterrânea fundamentais para a preservação das águas das diversas bacias fluviais que regam esse Brasilzão. A impressão é de que o Cerrado não é tão verde, as árvores não são tão altas, os animais não são tão vistos, os rios não são tão grandes e por isso passa despercebido pelos olhos das pessoas e dos governos. Faz falta passear pelo Cerrado, ver de perto os rios, a mata, as cachoeiras, as veredas, os animais e a sua exuberante avifauna. Com a falta de incentivos, pouca divulgação, falta de matérias na rede educacional sobre o tema, as pessoas despercebem o quão rico, diverso, lindo e essencial é nosso Cerrado, ou somos nós que somos dele, nós que saímos dele. Já tive a oportunidade de sugerir às autoridades de Luziânia, do estado de Goiás e políticos da esfera nacional sobre a necessidade de criar batalhões de policiamento ambiental em Luziânia e região, melhores parcerias educacionais com IBAMA e ICMBio, visitas de membros do Ministério do Meio Ambiente, cursos técnicos e universitários nas importantes temáticas ambientais, desenvolvimento do turismo ecológico, cumprimento dos objetivos sustentáveis constantes das metas da Agenda 2030 da ONU e diversas outras temáticas que precisam serem observadas por governos e autoridades das esferas, federais, estaduais, municipais, educacionais, jurídicas etc. Apesar do desprezo de tantos por nossa savana, o Cerrado é fértil e isso é sua principal causa de destruição. Vejo com tristeza imensas áreas de Cerrado desaparecem sem dó na frente de tratores, correntes e ódio pela natureza e aquele amor pelo vil metal daqueles que que enriquecem e destroem e nem empregam tanta gente como alegam. Lembro dos locais donde nós pegavámos pequi, gabiroba, fruta-de-cera, melava o mel da abelha, sem destruir nada, com aquele extrativismo caiçara, raiz, com respeito e carinho pelo Cerrado. Era um tempo de família andando no mato e curtindo cada momento. São palavras do saudoso, o saudoso sofre e sorri ao sofrer com suas lembranças que não mais hão de voltar. Mas esperamos. No nome legal da Rede Luziânia incluímos sustentabilidade. O projeto vai trabalhar esta importante temática e seremos semeadores de projetos e da educação sustentável e da tecnologia e trabalho verde. Esperamos que a tecnologia e a consciência salvaguarde o que resta do Nosso Cerrado, que as pessoas tomem noção dos perigos à frente e que não virem cinzas nossos sonhos nem Nosso Cerrado.
Arley da Cruz – 11.09.2023