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A nós, os cidadãos, é garantido o direito de ir e vir. Está escrito em nossa Carta Magna (artigo 5º, XV) e também é conferido a todo cidadão pela Declaração dos Direitos Humanos da ONU. Então, é só a gente ir e vir, não é? Podia ser. Para poder exercer esse direito básico, precisamos realmente nos mexer. Luziânia possui todas as maneiras de locomoção e transporte necessárias ao exercício do direito de ir e vir. Aqui na cidade temos ônibus, táxi, Uber, moto táxi, barco e lancha (nos lagos e rios), trem, sim, temos uma imensa linha férrea singrando o município de Luziânia. A ferrovia construída pela Estrada de Ferro Goiás, um prolongamento da Linha Mojiana, e que teve início efetivo em 23/12/1909, com um ramal saindo de Araguari-MG, chegando a Goiás três anos depois, pode ser considerada como a primeira via de transporte moderno a reduzir o tempo e o espaço entre Goiás e os mercados do Sudeste. O modal é utilizado somente para transporte de materiais e produtos, o que é uma pena, poderia ser também utilizado como opção de transporte de passageiros e como rota turística, se alguém nesta cidade pudesse pensar nos benefícios que viriam da correta utilização.
Luziânia está a poucos dias de completar seus 277 anos de história e a importância do desenvolvimento desta região para o Brasil é muito grande. Infelizmente, temos por aqui tantas e tantas mazelas que distraem as pessoas e as autoridades de conseguirem criar mecanismos de pesquisas e acervo de informações sobre o surgimento dos meios de transporte em nossa região. Gelmires Reis que nos socorre nesta seara, sempre com dados importantes, da Santa Luzia do passado até da Luziânia contemporânea. O movimento de integração por rodovias no Brasil se dá após a década de 1930. Com a vinda da capital do país para Brasília na década de 1960, Luziânia se beneficiou com a construção da BR 040 e tantas outras importantes vias de acesso.
No estado de Goiás, trata de que foi em 19 de agosto de 1918 que o primeiro veículo chegou a Rio Verde. Conheci pessoas aqui em Luziânia que disseram que por volta de 1940, ainda se assustavam quando viram os primeiros ‘cavalos de roda’, os automóveis, que já rodavam por aqui.
A necessidade de acesso democratico ao transporte público é muito grande ainda em Luziânia, Jardim Ingá e todo o entorno do DF. Infelizmente as ações ainda são precárias na busca de soluções para os usuários. As pessoas vão se virando como podem. Usam os meios possíveis para se locomover. Mas é necessária uma revolução no pensamento e nas ações efetivas para que o cidadão sinta que alguém realmente tem algum interesse por suas necessidades. No Novo PAC do governo federal está prevista uma obra que visa interligar o BRT de Santa Maria DF até o trevo de Luziânia, favorecendo as cidades de Valparaíso de Goiás, Cidade Ocidental e Luziânia. Um corredor exclusivo para ônibus é premente no percurso da BR 040, que já que citei, está sem ‘dono’. A concessionária já entregou os pontos. Mas o projeto de um pedágio no entorno está a todo vapor. Outra obra fundamental é do viaduto do Valparaíso, necessário para tirar um estrangulamento do trânsito na região. Os bairros precisam ser atendidos por transporte público nestas cidades. Há muita necessidade de abrigos para os passageiros e de mecanismos para a travessia da BR, minha sugestão seria a construção de túneis ou galerias subterrâneas para a passagem de pessoas e veículos.
Estamos vivendo a plena época dos veículos elétricos. São muito mais sustentáveis do ponto de vista econômico e de emissões. Deveria ser a regra mas ainda não existem por aqui no que tange ao transporte público. O prefeito que primeiro implantar em sua cidade estará saltando na frente.
Infelizmente, aqueles que decidem não usam o transporte público e portanto desconhecem a verdadeira realidade dos usuários diários deste tipo de serviço. Enquanto seu direito constitucional de ir e vir não é plenamente exercitado, faça o seguinte, denuncie os abusos: Ouvidoria da ANTT: WhatsApp (61) 99688-4306; telefone 166; ou pelos e-mails: ouvidoria@antt.gov.br e ouvidoriasemiurbano@antt.gov.br.
Arley da Cruz – 23.10.2023