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Um hábito que tenho há muito tempo é o de olhar o céu, olhar o céu durante o dia, a marcha das nuvens, o sol poderoso, os pássaros em baile e os aviões singrando o infinito céu. No crepúsculo vespertino me encanto com cada ton sur ton disponível na paleta multicolorida. Quando a noite cai, quando o horizonte se amorena e escurece, me encanto com cada infinita estrela no céu noturno. Não resisto a uma Lua clara no céu, é um cenário que preciso enquadrar em um click, modéstia a parte, certeiro. Sou um fã incondicional das belezas celestes.
Mas foi quando aprendi que algumas daquelas companheiras celestes que eu chamava de estrelas na verdade são planetas longínquos que meu interesse tornou-se um hábito constante: olhar o céu em uma noite clara. É incrível quantos detalhes podemos perder por tão somente não levantar a vista para o alto. Mamãe fez todos na nossa casa se levantarem na madrugada de 9 de fevereiro de 1986 para observar o último periélio do Cometa Halley e eu sou grato pelo que ela fez porque a próxima oportunidade somente em 28 de julho de 2061. Uma vez, na década de 2000, vi um lindo meteorito queimando sobre o céu de Brasília, foi um momento inesquecível e que não dá para descrever.
Nesta madrugada de domingo (30/06) tive mais uma alegria em poder apreciar o alinhamento de planetas e do nosso satélite natural, Lua, Júpiter, Marte e Saturno, se alinharam de forma maravilhosa. E o melhor foi que deu para avistar claramente a olho nu. Um espetáculo que nem todos os humanos se importam em assistir.
Hoje é o Dia Internacional do Asteroide, uma data criada pela ONU para a pesquisa e conscientização de que estamos na rota destrutiva de corpos celestes que sequer sabemos onde estão, ou seja, podemos ir de dinossauros e nem ficar sabendo como foi que aconteceu. Neste sábado (29/06) inclusive estivemos em rota com um asteroide chamado de 2024 MK, ele passou e nós escapamos.
Apesar de existir tantos pesquisadores que dedicam a vida aos estudos de tantos fenômenos astronômicos e do espaço em geral, ainda somos muito limitados sobre o conhecimento do que está lá fora, no espaço sideral. Cada passo na direção de entender como estamos boiando nessa vastidão espacial é uma obra de arte que gosto de apreciar.
Como sou um defensor de Luziânia e dos eventos incríveis que já vivenciamos, lembro do Meteorito de Santa Luzia, com 1,9 tonelada, que está exposta no jardim do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), no Rio de Janeiro. É o segundo maior objeto espacial conhecido no Brasil, identificado em 1922 que se desprendeu e caiu por aqui. O professor Wilter Campos Coelho, em entrevista que me concedeu no podcast DESTACA, revelou que o local da queda pode ser na região da Cachoeira dos Palmitos, entre Valparaíso de Goiás e Novo Gama, que até a década de 1990 ainda era município de Luziânia.
Na entrevista o professor Wilter Coelho pormenoriza como foi a épica viagem do Meteorito de Santa Luzia até a cidade do Rio de Janeiro e das tentativas de resgatar das mãos de cientistas o nosso precioso tesouro celeste, inclusive com visita do prefeito de Luziânia à época, Valcenor Braz até o Museu Nacional e que não deu nada certo.
O caso é que temos muito o que observar, aprender e ensinar. A cada dia fica mais fácil saber quais segredos estão encobertos no céu e seguirei olhando para cima, aprendendo e admirando as insondáveis criações.
Arley da Cruz – 30.06.2024