Na manhã desta quarta-feira (11/12), a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), por meio do Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH), deu início a 7º Conferência de Direitos Humanos, que nesta edição aborda o tema Ancestralidade: Cultura, Meio Ambiente e Resistência. Na ocasião, houve a entrega de uma van que será utilizada nos projetos Defensoria na Rua e Defensoria Itinerante, e os lançamentos da Revista DPE Goiás e do documentário Awire.
Durante a abertura, o defensor público-geral do Estado, Tiago Gregório, expôs o avanço dos trabalhos da Defensoria Pública ao destacar a projeção de se chegar a 1 milhão de atendimentos e atividades durante o ano de 2024. Além disso, falou sobre as atividades do Núcleo Especializado de Direitos Humanos na promoção de assistência jurídica gratuita a todas as regiões do estado, por meio da atuação estratégica e projetos especiais a exemplo do projeto Defensorias do Araguaia, que contemplou comunidades indígenas Karajá.
“Para além dos números, o mais importante é o impacto das ações da Defensoria, que promovem transformação social real, especialmente no contexto de comunidades vulneráveis”, argumentou Gregório. E completou, destacando os planos da Instituição para ampliar sua aproximação junto aos povos indígenas e também quilombolas. “A Defensoria Pública continuará trabalhando por sua expansão e nos atendimentos itinerantes, com a certeza de que sua chegada a esses povos não deve ser nunca uma ocupação, porque quem ocupa coloniza. Que a Defensoria Pública seja habitação, vivência e convivência”.
O coordenador do NUDH/DPE-GO, defensor público Tairo Esperança, pontuou sobre o objetivo da Conferência. “Nossa atividade é para principalmente pra ouvir, aprender e redirecionar nossas prioridades, a partir das demandas que as comunidades tradicionais e os povos originários nos trouxerem nesse dia de diálogos”.
Defensoria na Rua
Antes do início do primeiro painel, houve a entrega de uma van destinada aos projetos da DPE-GO, que atenderão prioritariamente o Defensoria na Rua e o Defensoria Itinerante. O veículo é fruto de parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Com espaço para 15 passageiros, ele será utilizado para o deslocamento das equipes da Instituição para atendimentos jurídicos in loco, visitando praças, equipamentos públicos e outros locais de concentração de pessoas em situação de rua, além de atendimentos em comunidades em situação de vulnerabilidade de forma itinerante.
Diálogo
A primeira mesa intitulada “Ancestralidade e Povos Originários” recebeu Evelin Cristina Tupinambá, geógrafa, professora e pesquisadora da UFG; Bere Iny, atual cacique da aldeia Buridina de Aruanã; Cacique Tohobari Jasson Karajá, da aldeia Bdeburé de Aruanã; a Letícia Amorim – defensora pública do Estado do Tocantins, coordenadora do Núcleo Especializado de Questões Étnicas e Combate ao Racismo (NUCORA). As falas tiveram a mediação da colaboradora do NUDH, defensora pública Mirela Cavichioli.
O encontro também reuniu expositoras e artistas, representantes de vários grupos entre eles dos grupos Coletiva Pretas, a marca Linda Kalunga, moda africana, Soult Multi D’Axé, loja de artigos personalizados de matriz africana e artesanatos indígenas e pinturas. O público do evento pôde prestigiar a apresentação artística indígena “Sons dos elementos” realizada pelo Txana Ybã Yban. A expressão envolveu cantos de saudações, toques de instrumentos originários que compartilharam memória e costumes ancestrais.
Fotos: Gustavo Burns (Dicom/DPE-GO)