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Após uma longa estiagem, as chuvas retornaram com muita intensidade, o que exige atenção especial à destinação adequada da água de chuva (pluvial) dos imóveis. Afinal, água de chuva não é esgoto e deve ser tratada de forma diferenciada.
No Brasil, o sistema separador absoluto para esgoto e drenagem pluvial é um modelo de infraestrutura urbana que visa separar as águas pluviais (da chuva) das águas residuais (esgoto doméstico e industrial), de modo a evitar a contaminação e sobrecarga das redes de drenagem pluvial e tratamento de esgoto.
Quando a água de chuva, irregularmente, é direcionada para as redes de esgoto, ocorre uma sobrecarga nas tubulações, o que pode provocar extravasamentos de esgoto nas ruas, inclusive podendo causar o retorno de esgoto com águas pluviais para dentro dos imóveis.
Esse tipo de erro pode resultar em sérios problemas sanitários e de saúde pública.
Por outro lado, despejar esgoto nas redes pluviais também é prejudicial, pois o esgoto acaba sendo lançado de forma inadequada nos cursos d’água, como córregos e rios, sem o devido tratamento, contribuindo para a poluição dos corpos hídricos e comprometendo a qualidade ambiental e a saúde da população.
A água de chuva deve ser direcionada para sistemas de drenagem urbana, como sarjetas e redes pluviais, que fazem parte da infraestrutura de drenagem da cidade. Esta água segue pelas estruturas de drenagem e é lançada em corpos d’água, como ribeirões ou córregos, de forma controlada e segura.
Dentro do imóvel, a responsabilidade pela correta conexão da tubulação pluvial é do proprietário, regulamentado pela norma NBR 10844 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que orienta que os sistemas de drenagem de água pluvial devem ser independentes das redes de esgoto, evitando a mistura dos dois tipos de água.
Nas vias públicas, a responsabilidade pela instalação, manutenção e limpeza das sarjetas, bocas de lobo e demais dispositivos de drenagem é dos municípios. O bom funcionamento desses sistemas é essencial para evitar alagamentos e garantir o fluxo das águas pluviais.
O esgoto doméstico, por sua vez, deve ser corretamente direcionado para as redes de esgoto sanitário. A conexão indevida do esgoto à rede pluvial é uma infração, prevista em leis municipais de saneamento e também pela Resolução Conama nº 357/2005, que trata da classificação da qualidade das águas.
As redes de esgoto são projetadas para receber os dejetos domésticos, como águas servidas de pias, ralos, vasos sanitários e provenientes da cozinha, após passarem pela caixa de gordura. Vale reforçar que a rede de esgoto não é lixeira: papel higiênico, pó de café, resto de comida e outros resíduos, quando lançados por pias, ralos ou vasos sanitários, podem romper a tubulação, provocando extravasamento de esgoto nas ruas.
Em relação às instalações internas, a regulamentação da NBR 8160 exige que os sistemas de drenagem de águas pluviais e os de esgoto estejam rigorosamente separados, tanto no interior do imóvel quanto nas redes públicas, para evitar problemas como o retorno de esgoto para as residências e a poluição das águas pluviais.
De fora do seu imóvel, a infraestrutura de esgotamento sanitário é de responsabilidade da companhia de saneamento. O esgoto coletado é transportado para as estações de tratamento, onde é devidamente tratado antes de ser lançado de volta ao meio ambiente.
Durante o período chuvoso, é comum um aumento no número de registros relacionados a problemas de esgoto, especialmente por conta de ligações irregulares entre as redes pluviais e de esgoto.
Para evitar esses problemas, é fundamental que os imóveis mantenham as conexões e sistemas de drenagem em conformidade com as normas técnicas e as leis municipais. A fiscalização sobre essas infrações é realizada por órgãos municipais de meio ambiente e é uma infração passível de multa.
A correta destinação da água de chuva e do esgoto doméstico é uma questão de responsabilidade cívica, bem como está abarcada pelas normas ambientais e sanitárias que regem o uso da infraestrutura pública e o bem-estar coletivo. Para garantir o bom funcionamento dos sistemas e evitar prejuízos ambientais e de saúde, é essencial que todos sigam as orientações técnicas e legais.
Ao verificar um vazamento de água ou extravasamento de esgoto nas ruas, o cliente deve entrar em contato com a Saneago pelo 0800 645 0115, WhatsApp (62) 32699115, Agência Virtual ou utilizando o aplicativo da Saneago.
FONTE
https://agenciacoradenoticias.go.gov.br/139220-agua-de-chuva-nao-e-esgoto-saiba-comodestinar-a-agua-das-calhas-da-maneira-correta
