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Crônica do Dia - Sou guia - Rede Luziânia

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Crônica do Dia – Sou guia

Dia desses um colega me chamou de guia turístico de Luziânia. Hoje no Dia do Turismo (27/09) me veio à mente o questionamento: existe guia turístico em Luziânia? Pergunta sincera, existe? Alguém sabe me dizer? Quando fui inculpado de ser um guia, fiquei até feliz em ser confundido com um guia turístico. O motivo é que de vez em sempre faço defesas contra algumas falas que difamam nossa querida cidade de Luziânia. Venho aprendendo com o passar dos anos, com minha vivência e com o ensinamento de vários mestres sobre como nossa cidade é singular. Nossa cidade merece respeito. Citando Lenine: nós temos violência sim, mas também temos beleza, ideias na cabeça e coração. 

Mas falando em Dia do Turismo, vou reformular a inquirição: existe turismo em Luziânia? Quais são os pontos turísticos de Luziânia? Existe disponível, neste momento, um guia, um folheto, um panfleto sobre a parte turística de Luziânia, Jardim Ingá e as regiões rurais da cidade? Existe a alguns anos até uma secretaria de turismo. No Instagram existe um perfil da secretaria de turismo que divulga as imagens da cidade. Merece elogios, mas é muito pouco ainda.

Nossa cidade é preterida no circuito turístico de Goiás e do DF. Apesar, repito, do enorme potencial turístico que temos por aqui. Luziânia está em vias de celebrar 277 anos de história no próximo dia 13 de dezembro. Por isso, em termos de turismo histórico, poderíamos ser a referência do leste goiano nesta particularidade turística. Podemos nos destacar como uma fonte enorme de pesquisa, mas pra isso acontecer teríamos que possuir as condições de receber pesquisadores. Agora imagine que uma pesquisadora de história da UNB chegue por aqui querendo saber sobre a Missão Cruls (A Missão Cruls foram duas expedições realizadas por uma comissão exploradora responsável por avaliar o Planalto Central do Brasil, iniciada em 1892, autorizada pelo Congresso e liderada pelo engenheiro belga Luís Cruls). Que lugar ela deveria visitar? Eu como ‘guia turístico’ iria sugerir a Academia de Letras de Luziânia. Agora, será que vai estar aberta? Não saberia dizer o horário de atendimento e quais os requisitos para realizar uma pesquisa. Já procurei nas redes e é bastante escasso o material sobre a Academia de Letras. Talvez eu convidasse a pesquisadora para tomar um sorvete e depois iríamos procurar o Professor Wilter Campos Coelho para saber sobre a história. Mas se houvesse um atendimento ao turista em Luziânia, ela poderia ser orientada a quem buscar, qual órgão do governo melhor atenderia, se a UEG ou IFG teria as informações, se na Biblioteca Municipal tem o material que ela precisa etc. Veja o potencial para o turismo histórico e de pesquisa na área.

Agora e se chegar uma família querendo visitar as cachoeiras de Luziânia ou mesmo chegar ao parque aquático. Ainda bem que existe o GPS, senão teria muitos problemas na procura. Pelo menos o parque já colocou diversas placas dando a direção para os visitantes. Antigamente haviam diversas placas dando a direção de alguns pontos, restam poucas e depois de décadas, já estão praticamente invisíveis aos turistas. 

Uma sugestão seria realmente construir um CAT em Luziânia (Os Centros de Atendimento ao Turista são responsáveis pela distribuição de dicas sobre atrativos das cidades, sugestões de locais para visitação, roteiros turísticos e esclarecimento de dúvidas). Poderia ser construído bem ali na praça Nirson Carneiro Lobo, ou na Praça Gelmires Reis, ou no Centro Poliesportivo. Um local vistoso, não precisa ser grande, uma arquitetura legal, um ambiente confortável. Ali dentro, um atendimento de excelência com profissionais da área de turismo poderiam receber o visitante. Lá teria fotos e todos os mapas com as atrações turísticas de Luziânia. Folhetos sobre como chegar, rotas, endereço de restaurantes, rede hoteleira, preços e é claro, o contato dos guias turísticos de Luziânia. 

Mas agora já temos guias? Se não tivermos já está passando da hora de formar profissionais nesta área. Gestores, conversem com a UEG, com o IFG e com as escolas profissionalizantes. Incentivem e deem incentivos para a formação acadêmica de profissionais do turismo. A intenção não é somente apontar os erros, é apontar o caminho da solução. Somente nos 5 primeiros meses de 2023, os turistas estrangeiros já gastaram no Brasil mais de 13 bilhões de reais. Quanto dessa bolada nós aqui em Luziânia aproveitamos?

Neste relato eu apenas arranhei as possibilidades turísticas de Luziânia e não sou nem de longe o melhor personagem para falar sobre o tema. Mas não fujo das questões importantes. Gostaria muito de ver nossa cidade movimentada pelo turismo. Seria ótimo para o comércio, os hotéis, as pessoas e a cidade como um todo.

 

Arley da Cruz – 27.09.2023

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