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Vem mais tensão por aí na novela entre um presidente da República e uma empresa a qual, em tese, está sob seu controle. No novo capítulo, Jair Bolsonaro (PL) tem hoje o dissabor de ser comunicado que, após reunião extraordinária a pedido do governo, o conselho de administração da Petrobras decidiu que não cabe ao colegiado decidir sobre o adiamento de um reajuste no valor dos combustíveis.
O governo gostaria que alguma mudança só fosse efetuada depois da aprovação, no Congresso, das medidas de desoneração propostas para conter a alta dos preços para o consumidor.
O tiro acabou saindo pela culatra. Os conselheiros concluíram que cabe aos diretores da estatal essa decisão e não ao conselho. Com esse sinal verde, a empresa deve anunciar, nesta sexta-feira, 17, novo reajuste de gasolina e diesel.
Mais do que uma questão econômica, a decisão contraria os planos eleitorais de Bolsonaro, que já determinou a troca do comando da Petrobras e vem pressionando a empresa para não reajustar diesel e gasolina.
Enquanto isso, o presidente tenta fazer avançar no Congresso o pacote de medidas para desonerar os combustíveis, particularmente diesel e gás de cozinha, cuja disparada alimenta a inflação e pesa mais contra sua popularidade no ano em que busca a reeleição.
Novamente se sentindo vítima de uma conspiração, Bolsonaro disse considerar um novo aumento como um ataque com motivações políticas.
A reunião foi convocada às pressas, no feriado, a pedido do governo, para evitar o reajuste – a próxima sessão ordinária seria em 29 de junho. O tema da reunião foi definido pelo presidente do colegiado, Márcio Weber, formalmente como “aumento de preço”, para debater quando a empresa deveria fazer os reajustes defendidos por sua diretoria. Os conselheiros cogitaram adiar o aumento para a semana que vem, mas a ideia foi derrotada.
Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, a estatal vai comunicar um reajuste no preço do diesel valendo a partir de segunda-feira. Segundo fontes a par da decisão, também a gasolina vai subir de preço. A empresa vai divulgar um fato relevante em que explica suas razões.
O argumento da diretoria é o de que os preços estão muito defasados em relação ao mercado internacional e não é mais possível esperar. A estatal vem ressaltando risco de faltar diesel no segundo semestre.
A última vez que o litro da gasolina foi reajustado nas refinarias foi em 11 de março, em 18,7%, passando de R$ 3,25 para R$ 3,86 nas refinarias. Se confirmada, será a primeira alta em mais de três meses. Já o diesel está congelado desde 10 de maio, quando o custo para as distribuidoras passou de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro.
A direção da Petrobras alertou o governo mais uma vez sobre a possibilidade de desabastecimento de diesel caso o preço não seja reajustado. Isso porque o país precisa importar cerca de 30% do que consome.
FONTE
EXAME
Bolsonaro é derrotado em reunião da Petrobrás, que aumenta a gasolina